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Whiplash - em busca da perfeição

Andrew Neiman é um jovem e ambicioso baterista de jazz, cujo único objetivo na vida é chegar ao topo do seu conservatório de música de elite na costa leste dos EUA. Atormentado pela carreira fracassada do pai como escritor, Andrew anseia dia e noite por se equiparar aos grandes gênios da música. Terence Fletcher, um professor reconhecido tanto por sua capacidade como instrutor quanto por seus métodos terríveis, é o regente da melhor banda de jazz da escola. Fletcher descobre Andrew e transfere o aspirante a baterista para a sua banda, mudando para sempre a vida do rapaz. A paixão de Andrew por atingir a perfeição rapidamente se converte em uma obsessão, enquanto seu professor implacável continua a pressioná-lo ao limite da sua capacidade — e da sua sanidade.

“A lenda do jazz que sempre me intrigou mais é a história do jovem Charlie Parker”, conta o diretor Damien Chazelle. “Mas se você perguntasse a qualquer um de seus contemporâneos quando Charlie tinha 16 ou 17 anos se, entre todos os jovens jazzistas de Kansas City, ele se tornaria o maior músico da sua geração, ninguém teria apostado no Charlie. Para os veteranos, ele era apenas um garoto ansioso de talento mediano. Mesmo assim, de alguma forma, alguma coisa aconteceu no fim da sua adolescência, porque aos 19 anos, Charlie tocava música com uma qualidade até então nunca ouvida. Como isso aconteceu? Bom, reza a lenda que, uma noite, Charlie participou de uma sessão animal no Reno Club e arruinou o seu solo: o baterista residente atirou um prato de bateria na sua cabeça e o público zombou dele, que deixou o palco sob risos da plateia. Ele foi para casa chorando e murmurando, ‘Eu vou mostrar a esses jazzistas’. Ele praticou como um louco no ano que se seguiu e, quando retornou a Reno, deslumbrou o mundo.”

Poderia ser apenas mais um filme sobre sacrifícios, obstinação, dedicação, disciplina e todas as recompensas vindouras. Mas a maneira que ele foi construído, sua câmera durante a rotina diária de Andrew nos lembra cenas de documentário assim como os closes e detalhes dos momentos em que toca nos leva para perto do excelente jazz do repertório e todo o entusiasmo que uma orquestra jazzística pode desencadear na pessoa mais carrancuda do mundo. Para músicos, um prato cheio e até engraçado em algumas ocasiões retratadas. Para leigos, um filme emocionante e surpreendente.

Chazelle deixa mais um recado sobre sua obra: “existem muitos filmes sobre as alegrias da música. Mas como um jovem baterista de uma orquestra de jazz do ensino médio ao estilo das bandas de conservatórios, a emoção que eu senti com a maior frequência foi outra: o medo. Medo de errar na condução. Medo de errar o andamento. E sobretudo, medo do meu regente. Minha intenção foi fazer um filme sobre a música que se assemelhasse a um filme de guerra ou a um filme de gângsteres – onde as armas são substituídas por instrumentos, em que as palavras fossem tão violentas como armas e a ação se desenrolasse não em um campo de batalha, mas em uma sala de ensaios de uma escola, ou em um palco de uma sala de concertos.”

Prêmios

Seleção Oficial Festival de Cinema de Cannes 2014 e Festival de Cinema de Sundance 2014
Vencedor, Grande Prêmio do Júri, Drama – Festival de Sundance 2014
Vencedor, Prêmio da Audiência, Drama – Festival de Sundance 2014
Vencedor de 3 Oscar - Ator coadjuvante*, mixagem de som e montagem.

Elenco: Miles Teller, J.K. Simmons*, Melissa Benoist, Paul Reiser, Austin Stowell

Dirigido, escrito e roteirizado por Damien Chazelle

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