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61% dos brasileiros acima dos 50 avalia que a alimentação está igual ou pior do que na juventude

Uma pesquisa realizada pelo Ibope Inteligência revelou que os brasileiros com mais de 50 anos têm uma queixa em comum: cansaço. A razão pode ser o estilo de alimentação adotada por essas pessoas. No estudo Sinais da Nutrição depois dos 50, realizada pelo instituto, 61% dos entrevistados considerou que sua alimentação atualmente está igual ou pior ao que era durante a fase adulta. Além disso, a cada três participantes, dois não consomem as porções de frutas e verduras adequadas diariamente.

Entre os 613 homens e mulheres com mais de 50 anos que participaram do estudo, 77% acredita que a saúde é a principal preocupação na nova fase da vida.

– Existe uma consciência sobre a importância de envelhecer com saúde, mas as pessoas realmente não estão fazendo o que é necessária para garantir qualidade de vida na terceira idade, como se alimentar bem e praticar atividade física – afirma o professor de nutrição da Universidade de São Paulo, Dan Waitzberg.

A expectativa da Organização Mundial da Saúde é de que, em 2020, o número de pessoas com 60 anos ou mais no mundo superará o de crianças com menos de cinco anos. A principal preocupação dos especialistas em idosos é com a saúde das pessoas que estão chegando nessa fase. Hoje, por exemplo, as doenças cardiovasculares são as que mais matam pessoas com mais de 50 anos em todo o mundo e poderiam ser facilmente tiradas do cotidiano desse grupo com alimentação saudável e exercícios.

– Diferente de algumas décadas atrás, em que as pessoas costumavam voltar em casa para almoçar e preparavam suas refeições, hoje é mais fácil comer perto do trabalho e nem sempre esses lugares têm as melhores opções no cardápio. Como a idade para deixar o mercado de trabalho também aumentou, é uma tendência de quem chegou à meia idade ter longos períodos de pausa entre uma refeição e outra. O exagero é quase certo quando isso acontece – aponta a nutricionista Melissa Côrtes da Rosa, mestre em Gerontologia Biomédica.

Quem anda se queixando de cansaço provavelmente comete o erro de comer muito e poucas vezes durante o dia. O ideal, segundo Melissa, é comer de três em três horas, assim garante as vitaminas, minerais e energia para as atividades cotidianas. Outro grande erro a combinação exagerada de gordura e carboidrato.

– Comer mais do que devemos causa um efeito ruim na oxigenação do cérebro. Em curto prazo, o sono em excesso é o resultado – comenta a nutricionista.

A questão é que em longo prazo, a má alimentação é a principal causadora de problemas cardíacos e cerebrais, que vão afetar o sistema cognitivo dos mais velhos.

Apesar de ser um processo natural, o envelhecimento provoca no organismo uma série de alterações anatômicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, com consequências para a saúde e a nutrição das pessoas. O envelhecimento da população, dessa forma, passa a ser cada vez mais um desafio. Para o diretor do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, Newton Terra, 70% dos problemas que podem surgir na terceira idade dependem do estilo de vida adotado por cada pessoa. Apenas 30% das doenças comuns depois dos 60 anos decorrem do histórico familiar.

Um outro estudo, realizado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), aponta que nos últimos 50 anos houve um decréscimo na ingestão de frutas, verduras e grãos. A Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada pelo IBGE no final de 2014, mostra ainda que apenas 38,7% das pessoas de 40 a 59 anos consomem a quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde de hortaliças e frutas, que é de 400 gramas por dia. O percentual na faixa acima dos 60 anos é de 40,1%.

A prática de exercícios físicos é fundamental para a manutenção da saúde e um estilo de vida ativo ajuda na manutenção da capacidade funcional de homens e mulheres que já passaram dos 50 anos. Porém, dois em cada três  pessoas entrevistadas não praticam atividade física regularmente.

Fonte: Zero Hora

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