post image

Quando vale a pena comprar uma briga no trabalho?

Para que a escolha seja perfeita, ataque apenas problemas realmente importantes. Antes de confrontar alguém, é importante examinar seus motivos, diz a treinadora de executivos Lynne Eisaguirre, do Estado americano do Colorado. O problema é realmente relevante para sua empresa, para seus colegas ou para sua capacidade de fazer seu trabalho?

Embora os riscos de se abrir talvez sejam claros — ferir sentimentos, prejudicar a carreira — não se abrir também tem seus riscos, principalmente se o problema também afetar outros funcionários.

Muitas pessoas evitam confrontos. Mas frustrações reprimidas podem se manifestar de outras formas, nutrindo um comportamento passivo-agressivo, como deixar de se empenhar ou agir pelas costas dos outros.

As pessoas “chutam o balde, ficam na defensiva, se tornam deprimidas ou ansiosas, se demitem, se culpam — elas fazem todo tipo de negócio, exceto lidar com o que precisa ser resolvido”, diz Shelley Reciniello, treinadora de executivos e psicóloga em Nova York.

É importante pesar sua habilidade de controlar suas emoções durante um confronto e de lidar com um contra-ataque de seu oponente. Se você não tem certeza que pode segurar suas emoções, encontre um lugar seguro para se abrir primeiro, fale com um terapeuta ou outro conselheiro, um amigo ou cônjuge, diz Eisaguirre.

Em janeiro deste ano, Bill Hendricks e Charles Logston evitaram lidar com uma situação de crescente tensão em torno do lançamento de um novo produto, um aplicativo para preencher formulários simples do imposto de renda nos Estados Unidos.

Hendricks, diretor-presidente e um dos fundadores da Common Form Inc., de San Diego, queria esperar pela aprovação da Receita Federal antes de usar o app para preencher os formulários via internet. Logston, diretor técnico e também fundador, queria começar a vender o app no início do período fiscal sem a habilidade de preenchimento via internet. Hendricks diz que os dois estavam trabalhando muito e o mais rápido que podiam.

Quando eles se confrontaram depois de algumas semanas de tensão, ficou difícil controlar a frustração e a conversa foi mais conflituosa que o previsto. Eles chegaram a um meio-termo e lançaram o produto com sucesso somente duas semanas mais tarde do que o planejado, mas os dois dizem que deveriam ter discutido o assunto antes.

Hendricks diz que “quanto mais se espera, mais difícil se torna lidar com a questão”.

Quando se escolhe uma batalha, é importante estar pronto para oferecer uma solução ou trabalhar com os outros para encontrar uma. Michelle Burke diz que ficou cansada, anos atrás, de escutar outras garçonetes em seu antigo emprego, um restaurante, reclamar de dois colegas de trabalho que monopolizavam mesas em festas grandes. “Quem quer que chegasse primeiro” pegava as mesas grandes — e as maiores gorjetas. As fofocas e a injustiça do sistema fizeram com que ela ficasse “com raiva no trabalho e depois do trabalho”, diz Burke, que é supervisora de marketing da WyckWyre Food Industry HR Systems, de Boston. “Finalmente decidi tomar uma atitude.”

Como já vinha trabalhando no lugar por mais de um ano, ela sabia que tinha credibilidade com a pessoa que possuía o poder de resolver o problema: seu gerente. Ela discutiu o problema com ele, explicando que o método era injusto e que a maioria dos colegas de trabalho também estava insatisfeita. Ela também sugeriu uma solução — um rodízio das mesas grandes entre todos os funcionários — e argumentou que os fregueses seriam melhor atendidos se os garçons servissem apenas uma grande mesa por vez. O gerente adotou a sugestão dela.

É melhor evitar alguns tipos de batalha, como brigas sobre a personalidade ou estilo de alguém, diz Eisaguirre, autora de vários livros sobre conflitos e comunicação no local de trabalho.

Também não é sensato criar conflitos com pessoas muito mais poderosas que você, ou brigar por questões que você não pode controlar, diz ela. Por exemplo, algumas equipes brigam contra orçamentos apertados quando não têm capacidade para aumentar verbas. Também é importante ponderar se seus gerentes irão apoiar você abertamente na solução dos conflitos.

Fonte: Wall Street Journal 

Compartilhar

Permito o uso de cookies para: