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Modelo do FBI para capturar criminosos é usado para combater a malária

A malária é uma doença infecciosa causada por protozoários do gênero Plasmodium. Esses protozoários são transmitidos aos seres humanos pela picada do mosquito Anopheles. Enquanto o mosquito se alimenta durante a picada, os protozoários são injetados na pele pela sua saliva.  Uma forma de reduzir a ocorrência dessa doença é eliminar os mosquitos Anopheles. Os mosquitos desse gênero desenvolvem-se a partir de ovos colocados, por fêmeas adultas, em água parada. Em locais onde há uma alta incidência de Malária, localizar os reservatórios de água parada onde os ovos do mosquito estão se desenvolvendo pode ser muito importante para conter a doença.
 
Mas como encontrar esses reservatórios de água parada? Pesquisadores da Universidade de Londres apresentaram uma possível ferramenta para isso. Eles modificaram um modelo matemático usado pela Polícia Metropolitana (da Inglaterra) e pelo FBI (dos Estados Unidos).

Em casos em que um crime acontece repetitivamente (em assassinatos em série, por exemplo), a polícia pode ter um número muito grande de suspeitos. Sendo assim, ela precisa de uma forma de selecionar quais suspeitos precisam ser investigados com mais cuidado. Isso é feito usando uma técnica de perfil geográfico. Nela se leva em conta onde cada crime ocorreu, de modo a inferir em que local o suspeito pode ser encontrado (onde ele mora ou trabalha, por exemplo).
 
Os pesquisadores da Universidade de Londres mostraram que esse mesmo modelo pode ser aplicado para controlar doenças infecciosas, como a malária. O modelo foi testado em dados de infecção de malária em Cairo, no Egito. Nessa região pesquisadores de campo haviam encontrado sete sítios de água parada após pesquisar uma área de 300 km2. 

Usando o modelo para selecionar os locais onde os ovos seriam procurados, esses mesmos sítios foram encontrados após pesquisar apenas 200 km2. Esses resultados mostram que selecionar os locais de pesquisa onde é maior a probabilidade de encontrar os ovos do mosquito é uma forma inteligente para se localizar os sítios de água parada.
 
Os pesquisadores acreditam que o modelo possa ser usado no controle de outras doenças infecciosas. Atualmente, eles estão tentando aplicá-lo na tuberculose, na cólera e na doença do legionário. O trabalho completo encontra-se na edição de junho de 2014 da revista Methods in Ecology and Evolution.
 

Fonte: UOL
Enviada por JC

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