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Sobre a crise: Não chame de destino as consequências de suas escolhas

Há um ano colocaram R$ 600 mil no imóvel de um amigo.
Ele não quis vender. Achou barato.
De lá para cá, ele continuou viajando, pagando conta em mesa de bar e levando a vida no pequeno comercio dele. Quando começaram a falar em crise, ele nem ligou. Chifre e problema, quem procura acha! Era o que sempre dizia. Na pior hipótese, se as coisas piorassem, ele achava que teria os 600 mil que prometeram no imóvel dele.

Depois de cair e cair, as vendas do comercio dele caíram 30% em relação ao mesmo mês do ano passado, só em outubro. Mas 10% de inflação de lá para cá, e mais o aumento que teve na mercadoria, totalizando 50% de queda em 12 meses.

Nos primeiros dias de novembro, o homem faltou fôlego pra pagar os compromissos. Foi tentar vender o bendito imóvel. Não acha mais quem dê a metade do que davam no ano passado. E o pouco que oferecem ainda querem dar outro bem em troca e parcelar o resto do pagamento a perder de vista...

Tem muita gente pensando que tem recursos confiado em avaliações patrimoniais e rendas que hoje não estão mais disponíveis.

Se eu pudesse vender um conselho para alguém (já que não dou nada pra ninguém), eu aconselharia um imediato aperto de cintos, não fazer compromissos futuros, não gastar com supérfluos e guardar algum dinheiro no banco para os dias mais difíceis que bem possivelmente virão.

Mas, como ninguém me compra meus pensamentos, eu os guardarei para mim.

(*) Danilo Damásio é do Baixo Clero da “Turma da Futrica”, liderada por FHC e Heráclito Fortes.
Enviada por JC

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