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Cientistas buscam meios de consertar um `coração partido´

Alívio, remorso, vazio, revolta, desespero. Sentimentos como esses costumam passar pela cabeça de quem termina um relacionamento. Mas não é para menos que um coração partido coloca muitas pessoas em uma espécie de montanha russa mental.  Há indícios de que o término de um namoro pode fazer o cérebro sofrer tanto quanto o de um viciado tentando largar a cocaína (segundo estudo publicado no Journal of Neurophysiology). Como existem muitos efeitos nocivos à saúde associados a um rompimento, cientistas estão procurando desenvolver novos meios de aliviar a dor causada por um ponto final na relação.

Quer entender as novas armas científicas anti-ressaca de namoro? Então é preciso abandonar o romantismo e enxergar o amor como a ciência o vê: um mero fenômeno neural moldado pela seleção natural no cérebro para aumentar as chances que alguém tem de se reproduzir e criar filhos. Esse fenômeno causa o aumento repentino de dois fatores: o nível de atração sexual e o sentimento de ligação por alguém. Embora esses fatores estejam interligados dentro do cérebro, é possível tratá-los separadamente para aliviar o sofrimento de uma relação rompida.

Antidepressivo contra a obsessão

Quando a atração por alguém é muito intensa, é comum ficar obcecado com a pessoa amada. A atenção exagerada a cada fio de cabelo da barba do namorado ou ao jeito como a esposa pronuncia cada sílaba chega até a parecer com sintomas de uma desordem psiquiátrica: o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).

Para investigar essa semelhança, cientistas da Universidade de Pisa (Itália) compararam os cérebros de 20 pessoas que terminaram um relacionamento ao de 20 pessoas com TOC. E descobriram que os dois grupos apresentavam níveis baixos de uma proteína relacionada ao fluxo da serotonina (hormônio envolvido na regulação do humor nos neurônios). Chegaram, então, a uma conclusão: tratar pessoas com o coração partido como se elas tivessem TOC pode fazer com que o sentimento obsessivo pelo ex-amante desapareça.

Isso quer dizer que a pílula anti-desejo obsessivo pode ser um simples antidepressivo que atue no sistema de recaptação da serotonina cerebral – como o Prozac, por exemplo.  Quem diria: a cura para a obsessão com o ex pode estar em um efeito colateral enfrentado por quem trata a depressão: a diminuição da libido.

Injeção anti-monogamia

Se o problema com o ex já não é o desejo obsessivo, mas a intensidade do sentimento de ligação, a solução talvez seja mais complexa e envolva mais substâncias químicas. Para procurar uma cura para o sentimento de conexão eterna com o ex, cientistas apelaram para estudos com animais.  Eles recorreram a um animal famoso por viver a vida inteira ao lado de uma só companheira: um roedor da pradaria (Microtus ochrogaster). No intuito de acabar com a fidelidade do roedor, cientistas da Universidade Emory deram ao animal uma espécie de \"poção da poligamia\": injeções com drogas que bloqueiam a ação dos hormônios dopamina e ocitocina. Funcionou: os roedores passaram a \"pular a cerca\" instantaneamente. 

A injeção da poligamia poderia, em tese, ser uma solução para quem está interessado em \"fazer a fila andar\" depois do término do namoro. O problema é que os hormônios afetados não atuam apenas em relações românticas. Ela poderia prejudicar relações com a família e com os amigos também.

Na busca de uma alternativa mais segura à injeção, o roedor entrou em cena novamente. Só que agora em uma situação mais frágil: ele estava em luto porque sua companheira havia morrido. Mas, quando os pesquisadores administraram ao animal uma droga bloqueadora da ação do CRG (hormônio liberador de corticotrofina), o roedor melhorou e voltou a agir normalmente.  Por conta da semelhança entre os sintomas do luto e da dor de término de relação em humanos, é possível que a droga também seja considerada como uma arma para se desconectar de um ex-amante.

Embora a ciência já tenha dado alguns passos no sentido de remediar a dor do rompimento, a ideia de consertar um coração partido com uma pílula ainda é controversa no meio científico. Ela está muito longe de um dia alcançar as prateleiras da farmácia e ainda não existe consenso dos psiquiatras com relação a seu uso. Para quem está sofrendo com o término de um namoro ou casamento, infelizmente só existem dois \"remédios\" recomendados cientificamente no momento: o tempo ou um novo relacionamento.

Quer arranjar um amor? A ciência dá as dicas

* Quais as chances de alguém encontrar sua alma gêmea em um mundo com mais de 7 bilhões de pessoas? A solução - nada romântica - pode vir do estudo em busca de vida extraterrestre. Segundo o cientista Joe Hanson, a equação de Drake, formulada em 1961 para descobrir a probabilidade de mundos que podem abrigar vida inteligente fora da Terra, também pode ser aplicada para calcular as chances de alguém encontrar o amor no nosso planeta. Uma pessoa de 25 anos de Nova York, nos Estados Unidos,tem 825 parceiros em potencial, garante a fórmula científica que usa fatores como idade, localização e preferência sexual

* Os homens com barba são mais atraentes do que os que raspam os pelos do rosto, segundo pesquisa feita com 350 mulheres na Universidade de New South Wales, na Austrália. Segundo a maioria das entrevistadas, a barba faz os homens ficarem com uma aparência mais masculina, saudável e também dá a impressão de que eles serão melhores pais. A mágica da atração funciona com barba cheia ou aquela conservada há dez dias, mas não dá muito certo na barba por fazer, garante estudo de Barnaby Dixson e Robert Brooks, que foi publicado na Evolution and Human Behavior

* Elas até podem negar, mas o tamanho do pênis importa para o sexo feminino. O pênis grande teve praticamente o mesmo efeito positivo do que um homem mais alto, segundo pesquisa feita com 105 mulheres. Mas a atratividade de um homem depende da junção de três fatores: altura, forma do corpo (com ombros mais largos que os quadris) e tamanho do pênis, destaca o artigo publicado na revista PNAS (Anais da Academia Americana de Ciências). Assim, o tamanho do pênis \"impressiona mais\" em homens mais altos do que nos mais baixos 

* Uma pesquisa de Universidade Erciyes, na Turquia, garante que tamanho importa bastante na hora do sexo - mas, neste caso, é o tamanho da barriga. Homens com alto índice de massa corporal demoram o triplo do tempo na cama em comparação a ritmo dos que estão em forma. Os gordinhos levam mais de sete minutos para chegar ao orgasmo, enquanto os outros não gastam nem dois minutos para ejacular. A razão é simplesmente hormonal: homens com excesso de gordura têm mais níveis do hormônio sexual feminino estradiol. Esta substância, segundo o estudo, \"perturba\" neurotransmissores químicos e retardam a progressão do orgasmo masculino

* Não é só o talento que garante uma legião de fãs mulheres aos músicos. Um estudo francês concluiu que a \"prática musical está associada com seleção sexual\" entre as jovens. Pesquisadores da Universidade de Paris-Sud e da Universidade de Bretagne-Sud pediram para um rapaz pegar o telefone de mulheres na rua. Na primeira tentativa, quando ele segurava uma maleta de guitarra, 31% das mulheres gostaram da cantada e deram o celular. Já quando ele tinha nas mãos uma mala de ginástica, a investida só deu certo com 9% das mulheres 

* Um atalho para conquistar o coração da maioria das garotas é investir em uma trilha-sonora romântica, garante estudo liderado por Nicolas Guéguen, da Universidade Bretagne-Sud, na França. Após ficar em uma sala de espera ouvindo música, dois grupos de mulheres que pensavam participar de uma pesquisa de mercado eram cantadas pelo entrevistador. Das que escutaram uma canção francesa romântica na sala de espera, mais da metade (52%) aceitou o convite para sair, enquanto menos de um terço (28%) das que ouviram o som neutro quiseram marcam um encontro com o rapaz 

* Você também pode usar como argumento o fato de que o sexo emagrece, mas vai precisar ser resistente. Isso porque uma pessoa comum perde apenas 21 calorias na hora H, segundo pesquisa da Universidade do Alabama em Birmingham, nos Estados Unidos. O baixo \"rendimento\" se deve ao pouco tempo da relação: os casais gastam apenas seis minutos durante o ato sexual. David Allison, autor do estudo, diz que a única pesquisa que chegou perto de medir as calorias queimadas durante o sexo foi feita em 1984 com apenas 10 homens, ou seja, uma amostra pouco representativa e antiga

* O amor pode estar ao seu lado. Homens e mulheres tentam, mas não conseguem ser apenas bons amigos, segundo estudo da psicóloga April Bleske-Rechek. Após levar 88 pares de amigos heterossexuais e entrevistá-los separadamente no seu laboratório da Universidade de Wisconsin-Eau Claire, nos Estados Unidos, ela descobriu que os homens diziam ser mais atraídos por suas amigas do que o contrário; e que eles também eram mais propensos a acreditar que as mulheres estavam atraídas por eles. Segundo a pesquisadora, a relação é mantida em parte pela atração platônica até que um dos dois tem oportunidade de revelar a segunda intenção da amizade

* Outro bom argumento é que sexo pode curar a dor de cabeça. É o que propõe um grupo do departamento de neurologia da Universidade de Münster, na Alemanha. Os pesquisadores descobriram que a atividade ajuda a combater a enxaqueca e as dores de cabeça pontuais. Entre os entrevistados, 60% revelaram sentir um alívio depois do sexo, com 43% dos pacientes sentindo o poder analgésico imediatamente após o orgasmo e 17% no momento do ápice sexual. E a explicação dos cientistas é bastante simples: o sexo pode desviar o foco da dor, além de liberar endorfina no organismo

* Entender como o cérebro de homens e mulheres também ajuda na conquista. Janniko Georgiadis, neurologista do Centro Médico Universitário Groningen, na Holanda, investigou os estímulos e as respostas neuroquímicas durante o sexo e descobriu que o orgasmo atua de forma diferente nos sexos. Nas mulheres, o fluxo sanguíneo cerebral fica intenso com a aceleração da frequência; sem contar que há, ainda, estímulo no córtex pré-frontal, em especial nas regiões dorsal (ligada à atenção) e ventral (que afeta as emoções), com o ápice do prazer. Já nos homens, a ejaculação afeta o córtex cingulado (área do cérebro envolvida no processo emocional) e o hipotálamo lateral (relacionado à agressividade)

* Essa pode ser uma boa arma para evitar o término de um namoro. Diga a ela que se quiser se separar de você, ela parecerá mais velha. Terminar um relacionamento faz mal para a saúde feminina, mostra pesquisa de envelhecimento da Universidade de Case Western Reserve, nos Estados Unidos. Ao entrevistar 88 pares de gêmes idênticas, os pesquisadores do departamento de cirurgia plástica constataram que as mulheres que estavam se divorciando aparentavam ser dois anos mais velhas do que suas irmãs. Segundo o estudo, o estresse e a ansiedade prejudicam o relógio biológico das mulheres 

* Casais que bebem álcool juntos são mais felizes, segundo pesquisa da Universidade de Otago, na Nova Zelândia. A pesquisa feita com mais de 1.500 casais mostrou que aqueles em que o dois bebiam mais ou menos a mesma quantidade e juntos eram mais felizes. As mulheres eram quatro vezes mais felizes se elas bebiam pelo menos uma vez por semana com seus parceiros; já os homens são três vezes mais satisfeitos com a relação

* Mais de um terço dos casamentos nos Estados Unidos começam com namoros online, e os casais que se formam no mundo digital podem ser mais felizes do que aqueles que se conhecem por outros meios não relacionados à internet, revelou estudo chefiado por John Cacioppo, do departamento de psicologia da Universidade de Chicago

* Para salvar um relacionamento, muitas vezes é necessário mentir. Pesquisa liderada por Sean Horan, da Universidade DePaul, nos Estados Unidos, descobriu que os namorados mentem para os parceiros ao menos três vezes por semana, camuflando seus verdadeiros sentimentos sobre atos corriqueiros. Quem usa as \"mentiras afetuosas\" com mais frequência são as pessoas que escondem revelações pessimistas sobre a outra parte do casal. \"Eles querem salvar a pele e evitar situações embaraçosas ou entrar em alguma enrascada\", como falar que não gostou do novo corte de cabelo do par, explica o estudo

* O tamanho do pênis e a forma física preocupam mais os homens quando eles estão no vestiário, na presença de outros homens, do que na cama com uma mulher, concluiu estudo da Universidade Victoria, em Melbourne, na Austrália

* Feições do rosto da mulher podem determinar a \"longevidade\" do relacionamento, assegura estudo publicado no \"British Journal of Psychology\". A equipe de pesquisadores apresentou a centenas de voluntários heterossexuais composições de rostos de mulheres - foram feitas duas versões para cada foto: uma com traços sutilmente mais femininos e outra com traços mais masculinos - e perguntou quais eles escolheriam para relacionamentos duradouros ou rápidos. Os homens atribuíram notas mais altas para um relacionamento casual às mulheres com traços femininos, mas, ao fazer escolhas de longo prazo, eles optaram \"realmente por mulheres menos atraentes\"

* As pessoas tendem a mentir sobre comportamento sexual para se encaixarem nos estereótipos, constata estudo da Universidade de Ohio, dos Estados Unidos. Os homens afirmaram ter muita experiência sexual e ter saído com várias parceiras aos entrevistadores, mas quando eram submetidos ao detector de mentiras - que estava desligado, sem que eles soubessem - o número de parceiras caía, revelando as mentiras. Já as mulheres diziam ter menos parceiros e pouca experiência, para coincidir com o que elas acham do que se espera delas, quando não estavam ligadas ao aparelho

* Ter uma família numerosa pode ser vantajoso para o futuro de um relacionamento na vida adulta. Segundo estudo da Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, quanto mais irmãos a pessoa tem, menos provável que ela se divorcie quando crescer. Pesquisadores calcularam que a probabilidade de divórcio cai 2% com cada irmão ou irmã que uma pessoa tem, já que ela adquire, desde pequena, experiência em lidar com os outros

* Um estudo que ouviu centenas de pessoas casadas nos Estados Unidos revelou que existe uma ligação entre uma boa saúde e um casamento feliz. Durante 20 anos, de 1980 e 2000, os voluntários responderam a perguntas que procuravam medir a felicidade deles no casamento, a existência de problemas conjugais e para classificar a saúde. O resultado foi uma relação direta entre a felicidade dos casais e uma boa saúde, independentemente da idade dos cônjuges, mas sem especificar qual fator influencia o outro

* Pessoas mais atraentes tendem a ser mais seletivas na hora de escolher parceiros, por isso o beijo torna-se essencial no processo. Segundo psicólogos da Universidade de Oxford, na Inglaterra, o beijo é importante para mulheres que estão em relações duradouras e também desempenha papel importante antes do sexo em relações curtas

* Uma voz rouca e grave como a do cantor Barry White (foto) atrai mais as mulheres do que o tom agudo, aponta estudo da Universidade McMaster, no Canadá. Segundo os pesquisadores, à medida que as mulheres cogitam que esses homens de voz grave são mais propensos à infidelidade e inaptos para o casamento, mais se sentem atraídas por uma relação curta

* Mas se mesmo com essas dicas você não achar o amor que vai te fazer feliz, achar que você faz mais sexo do que seus amigos pode ser a solução. Tim Wadsworth, da Universidade de Colorado em Boulder, nos Estados Unidos, descobriu a chave para a felicidade: basta fazer mais sexo do que os outros. O sociólogo analisou dados de 15.386 norte-americanos, recolhidos entre 1993 e 2006, e viu que a frequência sexual afeta a felicidade de um casal: os que transavam até três vezes por ano eram até 33% mais felizes do que os não fizeram sexo no último ano; o índice de comparação subiu para 44% entre aqueles que disseram ter relação sexual semanal; e 55% dos que transavam de duas a três vezes por semana reportavam mais chances de serem felizes. Mas quando os casais acreditavam fazer menos sexo do que os outros, mesmo mantendo uma frequência semanal, o nível de felicidade caiu para 14%. A pesquisa sugere que a felicidade está relacionada positivamente com a frequência sexual do casal, mas inversamente proporcional com a frequência sexual dos outros

* Quanto mais sexo melhor? Segundo novos estudos, tanto a falta quanto o excesso de sexo pode fazer mal para alguns animais. A presença de feromônios do sexo oposto fazem com que vermes e moscas envelheçam mais e até morram mais cedo

* Quer um casamento feliz? Aposte em sua intuição, sugere estudo da Universidade Estadual da Florida, nos EUA. Segundo a pesquisa, os sentimentos não racionalizados são mais reais e indicam a felicidade de um casal do que aqueles que passam pela consciência

Fonte: UOL

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