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Nutriente essencial para o corpo, sal deve ser controlado para evitar infarto, derrame e AVC

Quem não gosta daquele churrasco bem salgado, de uma batata frita no capricho e de várias outras delícias cheias de sal para dar mais sabor? Pois bem. De fato, o sal atiça o paladar e deixa tudo mais gostoso. O problema é que, em excesso, o ingrediente pode transformar o que era uma delícia, até então, em ameaças sérias à saúde. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a população brasileira ingere mais do que o dobro do sódio necessário: a média de consumo é de 12 gramas ao dia, sendo que a quantidade ideal seria 5 gramas diários, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde).

O mais comum no Brasil é o cloreto de sódio (sal de cozinha). Segundo Juliane Viana, médica-nutróloga, ele tem o lado bom e o lado ruim. “É uma substância importante para o bom andamento do organismo, pois participa das contrações musculares, do envio de estímulos nervosos e controla a quantidade de líquido que circula no corpo. Porém, o excesso causa problemas que resultam em sobrecarga do coração.”

Dentre os transtornos, com o aumento dos líquidos circulantes no sangue, ocorre um aumento da pressão arterial, que pode resultar em AVC (acidente vascular cerebral) e infarto. Portanto, é bom ficar atento à alimentação. O ideal é controlar o sal, e uma dica estratégica é abolir o saleiro da mesa de refeição.

Embora não exista um substituto para salgar alimentos, o sal pode ser trocado, nas receitas, por ervas e condimentos que acentuam o sabor da comida. Exemplos não faltam. Dá para usar cominho, alho, cebola, salsinha, cebolinha, pimenta, açafrão, alecrim, manjericão, louro, pimenta e limão, entre outras especiarias.

“Tanto crianças como idosos devem consumir menos sal. É aconselhado que os pais não adicionem a substância à comida dos filhos até os dois anos. Além de o leite materno e o sódio presente nos alimentos suprirem suas necessidades, é evitado, com isso, que eles se acostumem a uma alimentação muito salgada. Já os idosos tendem a reter mais sódio e, com o envelhecimento, os vasos sanguíneos vão perdendo a capacidade de distensão”, diz Elci Almeida Fernandes, nutricionista do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

O microempresário Ricardo Alexandre Duarte, 45 anos, lembra que só mudou a rotina de uso de sal em excesso quando recebeu um ultimato do médico. “Nunca me preocupei muito com alimentação e colocava sal em tudo. Comia coxinha numa lanchonete e botava sal. Percebi o exagero quando passei mal com fortes dores abdominais.”

Duarte conta que desenvolveu uma pedra na vesícula de 1,5 centímetro. “O médico disse que, se eu quisesse ver minha filha crescer, teria que mudar radicalmente. Foi o que fiz. Hoje, todos controlamos o sal em casa. Compramos sal em sachês de 1g”, destaca ele, que é pai da pequena Letícia, 4 anos. “Controlo tanto o sal quanto o açúcar das refeições dela também”, complementa o microempresário.

Os especialistas destacam que muitos alimentos já têm sódio, sobretudo os industrializados. A informação com a quantidade está no rótulo. Portanto, é fundamental que a adição de sal na hora de comer seja a menor possível.

“A indústria alimentícia assinou um documento em 2016 e se comprometeu a reduzir os índices de sal de seus produtos. De lá para cá, essa redução chegou a 17.254 toneladas de sódio. A expectativa é chegar a 28.500 toneladas a menos na mesa do brasileiro”, explica João Dornellas, presidente executivo da Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação).


Fonte: Folha

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