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Poucas escolas atendem à demanda por profissionais de marketing digital

Respondendo à procura crescente de alunos e empresas por uma formação integral, a FIA criou, há três anos, o curso de pós-graduação em marketing digital. De acordo com o coordenador Fábio Lotti Oliva, a disciplina já existia em alguns programas de administração e comunicação, mas a formação específica era necessária para que a escola pudesse aprofundar ferramentas próprias do marketing digital. "Ainda há uma base forte do marketing tradicional e estratégico, mas 70% do curso é dedicado a atividades como analytics e design thinking", afirma.

O curso tem 400 horas presenciais e formação suplementar opcional na França, que dá ao participante a dupla titulação e o título de MBA internacional. A escola também organiza atividades como visitas a empresas no Vale do Silício e a companhias como Google e Facebook no Brasil, para que os alunos possam ver o marketing digital dentro das estruturas corporativas que o consagraram.

"Os participantes têm muita carência de atividades tangíveis, métricas de performance, ferramentas e aplicações práticas", afirma. Esse currículo, porém, é revisado com frequência. "É preciso ter uma atualização semestral do programa, graças às necessidades que o mercado impõe", diz Oliva.

A participação crescente de alunos brasileiros em sua sede na Suécia fez com que, há um ano e meio, a escola Hyper Island desembarcasse no país com a proposta de oferecer cursos em temas como estratégia digital e jornadas de aceleração digital. "A ideia é formar pessoas que estejam sempre prontas para o mercado, independentemente da tecnologia do momento", afirma Nathalie Trutmann, managing director da Hyperisland na América Latina. "A metodologia tem três pilares: o aprendizado 'mão na massa', o foco no mercado e o desenvolvimento pessoal."

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Hyper Island

A escola, segundo Nathalie, tenta transformar a maneira com que muitos executivos pensam o ambiente digital. "Estamos no meio de uma revolução, não só de plataformas e meios de comunicação, mas de infraestruturas e comportamentos. A maior barreira para as companhias é o modelo de liderança hierárquico e processual, que não consegue mais acompanhar essas mudanças", afirma. Diferentemente de um curso de MBA, o espectro de alunos passa por recém-formados, CEOs, empreendedores e executivos. "Nesse novo cenário, não existe expert nem guru. É importante saber desafiar e ser desafiado, testar, aprender e depois desaprender", diz.

Mesmo com a turbulência econômica, Nathalie percebe um aumento na demanda por esse tipo de curso. A crise, segundo ela, ajudou o negócio, uma vez que as empresas vêm enxergando a necessidade de mudança. Os clientes, explica, chegam com uma visão de urgência e são muito exigentes em relação ao resultado do curso na empresa. "Mas o imediatismo está na raiz do problema. Ele muda a superfície e não o conteúdo, ele enxerga a ferramenta e não o comportamento. O que falta é esse conhecimento mais amplo", diz.

Fonte: Valor
Enviada por JC

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