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Como uma ressaca ajudou na descoberta de um dos analgésicos mais usados no mundo

O britânico Stewart Adams sabia que tinha topado com um poderoso analgésico quando tomou um dose da substância que sua equipe estava testando em laboratório para dar um jeito em uma ressaca antes de um discurso importante.

"Eu seria o primeiro a falar e estava com um pouco de dor de cabeça depois de sair com amigos na noite anterior. Então tomei uma dose de 660 mg, só para ter certeza (de que iria funcionar) e percebi que foi muito eficaz", disse.

Agora, aos 92 anos, Adams conta como foram os anos de pesquisa, os testes intermináveis de várias misturas e as várias decepções antes que ele e a equipe de pesquisas finalmente identificassem, há mais de 50 anos, o ibuprofeno.

Desde então o ibuprofeno se transformou em um popular analgésico, comumente usado para enfrentar febres, dores de cabeça, nas costas e dores de dentes.

E o fenômeno é mundial: na Índia, por exemplo, é o tratamento preferido para febres e dores e, nos Estados Unidos, pode ser vendido sem receita desde 1984. O medicamento também é usado para tratar problemas como artrite.

Adams constatou o alcance global de sua descoberta ainda na década de 1970, durante uma viagem ao Afeganistão, quando viu o ibuprofeno em farmácias de aldeias e vilarejos mais remotos do país.

No entanto, o pesquisador afirma que a descoberta não mudou sua vida.

Sem planos

Adams é de Northamptonshire, na região central da Inglaterra, e deixou a escola aos 16 anos sem ter planos definidos.

Ele começou a trabalhar como aprendiz na rede de farmácias Boots e ficou interessado na carreira de farmacologista. Ele se formou na Universidade de Nottingham e completou o PhD em farmacologia na Universidade de Leeds. Em seguida, ele voltou a trabalhar na Boots Pure Drug Company em 1952, desta vez no departamento de pesquisas.

A missão dele era descobrir um novo tratamento para artrite reumatoide que fosse tão eficaz como esteroides, mas sem os efeitos colaterais. Ele começou a pesquisa analisando anti-inflamatórios e, principalmente, a forma como a aspirina funcionava, o que ninguém mais estava fazendo na época.

A aspirina foi o primeiro anti-inflamatório sem esteroides, desenvolvido em 1897.



Fonte: BBC

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