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Saiba se você corre risco de sofrer enfarte depois de se exercitar

Morrer durante ou imediatamente após a prática de atividade física ocorre raramente. Mas a morte relacionada a exercícios físicos de um proeminente executivo de Wall Street na semana passada aumentou as preocupações das pessoas que querem se manter ativas durante a meia-idade e a velhice. Exercícios regulares são o pilar de uma boa saúde. E seus benefícios de longo prazo tanto para a longevidade quanto para prevenir ataques cardíacos, câncer e outras doenças são confirmados em vários estudos. Os médicos dizem que há estratégias para reduzir a já baixa probabilidade de que a prática de exercícios físicos se transforme em tragédia.

James B. Lee Jr., vice-presidente do conselho de administração do J.P. Morgan Chase, de 62 anos, que fazia exercícios regularmente, sentiu falta de ar enquanto se exercitava e foi para o hospital, onde morreu, informou o banco, sem dar mais detalhes. Tais eventos podem ser resultado de um aneurisma na aorta ou ter outra causa, mas eles normalmente levantam dúvidas sobre as condições do coração.

“Exercícios não são uma vacina contra doenças cardíacas”, diz Michael Joyner, fisiologista do exercício da Clínica Mayo, de Rochester, em Minnesota. Embora sem mencionar especificamente o caso de Lee, Joyner notou que fatores de risco como pressão sanguínea e colesterol elevados são cada vez mais comuns à medida que as pessoas envelhecem.

“Você precisa trata-los”, diz ele. “Homens de meia-idade em empregos com alto nível de estresse precisam fazer um checkup de vez em quando.”

Cada vez mais pessoas estão atravessando pela meia-idade determinadas a permanecer ativas com esportes competitivos e exercícios regulares. Os médicos exortam os que estão parados para se juntar aos outros e melhorar sua saúde. Mas acontecimentos como a morte de Lee podem causar preocupação. Pesquisadores dizem que não há motivos para isso.

“Há evidência inequívoca que atividades físicas e exercícios regulares têm benefícios múltiplos que são muito maiores do que os riscos de se exercitar”, diz Jonathan A. Drezner, diretor do Centro de Cardiologia Esportiva da Universidade de Washington, em Seattle.

Mas enquanto a pessoa está fazendo um exercício rigoroso, seja em uma esteira ou uma corrida na estrada ou em uma quadra de basquete, o risco de uma parada cardíaca se eleva, um evento normalmente fatal que pode ser acionado por um enfarte, mas é o resultado imediato de uma arritmia sem controle que faz com que o coração pare de bater.

A maioria das paradas cardíacas relacionadas com esportes ocorre em pessoas com mais de 35 anos. A maioria das vítimas é do sexo masculino, sendo que a maior parte já tinha doenças cardíacas, conhecidas ou não por elas.

“O risco é muito maior para pessoas que não se exercitam regularmente”, diz Drezner. “O guerreiro de fim de semana que sai para se exercitar uma vez por semana” ou menos frequentemente é muito mais vulnerável do que a pessoa faz de três a cinco treinos cardiovasculares por semana.

Para uma pessoa de meia-idade sedentária que de repente decide se tornar uma “máquina de guerra enxuta em um mês, isso é uma má ideia”, diz Sumeet Chugh, diretor associado do Instituto do Coração do Centro Médico Cedars Sinai, em Los Angeles. “Você deve transformar a atividade física em um objetivo, mas um objetivo gradual”, aumentando lentamente a intensidade [dos exercícios] durante várias semanas ou mais.

Outra preocupação é que as doenças cardíacas frequentemente não são detectadas. Em até metade dos casos, um ataque cardíaco é o primeiro sintoma de uma doença coronária arterial grave. Isso aumenta a necessidade de controlar o colesterol, a pressão sanguínea e outros fatores de risco. Um aneurisma da aorta potencialmente problemático, uma saliência no principal vaso sanguíneo que leva o sangue para longe do coração, raramente provoca sintomas e é difícil de ser detectado ainda no início.

Chugh, um dos autores de um artigo recente intitulado “Sudden Cardiac Death in the Older Athlete” (Morte Cardíaca Repentina em Atletas Mais Velhos , em tradução livre), publicado no “Journal of the American College of Cardiology”, lista os seguintes indicadores para risco elevado: risco de 10 anos de doença arterial coronária maior que 5%; colesterol muito elevado; diabetes; forte histórico familiar de mortes repentinas por ataques cardíacos ou doenças cardíacas em jovens; ou um índice de massa corporal, uma medida de obesidade baseada em peso e altura, acima de 28.

Segundo ele, uma pessoa sedentária que se enquadra em qualquer um desses indicadores deveria realizar uma avaliação cardíaca antes de praticar qualquer esporte ou programa de exercícios.

Especialistas em boa forma também apontam estudos que mostram que os benefícios da atividade física dependem da frequência, não da intensidade. As pessoas conseguem mais de 50% dos resultados de exercícios rigorosos apenas caminhando, diz Michael Roizen, diretor de bem estar da Clínica Cleveland.

“Você não pode usar o risco de morte súbita como desculpa para não se exercitar”, diz Chugh, do Instituto do Coração do Centro Médico Cedars Sinai.

Fonte: WSJ
Enviada por JC

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